Defesa da Palavra

sábado, 11 de abril de 2015

Reflexão sobre a Oração do Pai Nosso: Mateus 6.9-10

Aceitar me expressar sobre a "Oração do Pai Nosso" é enfrentar um grande desafio, pois, é um assunto que gera muitas discussões a respeito.
Para entendermos o porquê de Jesus ensinar esta oração a seus discípulos, devemos antes entender o contexto histórico e cultural da época, além de lembrarmo-nos de que os discípulos eram iniciantes na fé.
Jesus não ensinou esta oração a seus seguidores afim de que só fizessem o uso dessas palavras em suas orações. Não! Devemos entender que os discípulos não tinham uma relação íntima com Deus, o Pai; Jesus, então, lhes ensinou uma oração-modelo, para que pudessem se expressar de maneira adequada ao Senhor.
Cada um dos discípulos encontrou com o passar dos dias em seu convívio com Cristo, uma forma em particular de se expressar ao Pai. Esta intimidade se deu em virtude do desenrolar dos "Atos do Espírito Santo" em suas vidas, mais precisamente a partir do Dia de Pentecostes. Assim, já não eram limitados ao Pai Nosso, uma vez que, já não eram mais novos convertidos à fé cristã. Agora, já se dirigiam ao Pai, embora se utilizassem da oração-modelo, com palavras diretas e específicas.
Sabemos que o Pai Nosso se tornou ao longo dos séculos uma oração-padrão e que, por repetidas vezes tem sido proferida em reuniões nos templos, praças, quartos, cerimônias públicas e hospitais. Infelizmente é tão pouco compreendida.
Da mesma maneira em que os discípulos encontraram sua forma de falar seus anseios e necessidades ao Pai, também nós, hoje, podemos nos dirigir a Ele com palavras próprias, como cristãos que tem intimidade com seu Deus.
Vamos, em fim, tentar destrinchar Mateus 6.9 a 10.

Mateus 6:9

“Portanto vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus" 

Jesus não disse para orarmos a Sócrates, Aristóteles, Buda, Maomé, ou à sua mãe, Maria. Pelo contrário, sabia ele que a solução para nossos dilemas estão em Deus Todo-Poderoso.
A oração é iniciada com o reconhecimento da soberania de Deus, de que Ele está acima, é maior e que detém o controle de tudo. Para falarmos com o Pai, devemos nos colocar na posição de filhos, criados, menores, e sujeitos à Sua vontade.

“Santificado seja o teu nome”.

Deus não deu o Seu nome a conhecer. Em Gênesis aparece apenas quatro letrinhas hebraicas: YHWH. Estas letras são impronunciáveis, o mais próximo que chegamos foi Yahweh, e ao contrário do que muitos pensam, o nome de Deus não é Jeová. Isso não quer dizer que Ele não ouça nossas orações quando pronunciamos “Jeová”; Deus sabe exatamente a intenção do nosso coração.
Como podemos santificar o nome de Deus?
Certamente honrando -lhe por meio de Sua ética e moral, através de nossa cultura e comportamentos como seus seguidores e adoradores. Santificamos o nome de Deus quando temos respeito por Ele, quando não falamos em vão Seu santo nome, porque é Santo. Santificamos o nome de Deus quando pregamos Sua palavra e ensinamos a todos quem realmente o Senhor é: que é Santo e que devemos ser santos como Ele (Lv 11.44).
O termo santos, aplicado a nós quer dizer que devemos ser separados somente para Deus.
Quando relacionado a Deus, no singular, implica dizer que Ele não tem prazer em tudo o que é mau, e é completamente diferente de todas as outras criaturas, ao ser totalmente puro, ou seja, sem mácula ou pecado.

Mateus 6:10

“Venha o teu reino” 

Como sabemos, um reino é governado por um monarca, que é o rei. Nosso Deus é Rei dos reis e nós como seus súditos, devemos nos submeter ao Seu senhorio.
Pode-se ter aqui, dois sentidos para a palavra reino. Pode estar tanto ligada ao Reino de Deus no Céu, que os judeus tanto esperam que seja instaurado na Terra, como pode estar relacionada à cultura do Reino Celeste, à vontade de Deus realizada na Terra, ao comportamento do Reino e sua Justiça.
O que dizer, então, das “Testemunhas de Jeová”, com relação a esta oração? Ao que parece, para elas, a oração que Jesus nos mostrou como exemplo, ou pelo menos parte dela, não tem mais a sua total eficácia.
As "Testemunhas de Jeová" creem que o Reino Messiânico já foi instaurado na Terra e que o ano para sua investidura é 1914, mesmo ano  em que para eles, Satanás foi expulso do Céu por Miguel e seus anjos(Ap. 12.7-9).
Não concordo, à luz da Bíblia Sagrada, com as "Testemunhas de Jeová", uma vez que, o Reino de Deus não se compara com a realidade em que vivemos aqui.
O livro de Apocalipse, capítulo 21 nos fala a respeito da Nova Jerusalém que descerá do Céu. 
"Nela estará o Tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará  com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas(...) Estas palavras são verdadeiras e fiéis(...) Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida. Quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho."
A Nova Jerusalém será um presente dado pelo próprio Deus, porém, por enquanto, ainda vivemos infortúnios, desgraças, conflitos, guerras, fome, peste e toda sorte de agruras que assombram a Terra. Isto não pode ser o Reino Messiânico.

"Faça-se a tua vontade"

O Senhor Deus tem Suas vontades e, de alguma forma, sempre elas são cumpridas na Terra, seja por Sua vontade soberana, permissiva, desejada ou particular.  
A vontade soberana de Deus está acima de tudo e nada pode ou poderá impedir Seu agir sobre determinada coisa ou assunto. Exemplo: Enviará Seu Filho Jesus para arrebatar a Sua Igreja.
Já por Sua vontade permissiva, Ele pode por exemplo, autorizar Satanás a provar a fé de alguém. Isto aconteceu com Jó! Em outros casos, poderemos decidir o que será melhor para nós, segundo as nossas vontades, no entanto, a consequência disso estará no poder de decisão de cada um.

 A vontade desejada de Deus existe quando Ele quer que seja como Ele deseja, mas depende de nosso livre arbítrio. Em certos assuntos com Seus filhos é de Seu gosto, é favorável e está de acordo que aconteça, embora não aceitemos, muitas vezes, o que Deus deseja.
Deus tem Sua vontade particular, é quando Ele quer tratar individualmente com cada um. Exemplo: Sansão não podia cortar seus cabelos. Era vontade particular de Deus que apenas Sansão não tosquiasse seus cabelos.
Em todos os casos, deixemos Deus fazer a Sua vontade prevalecer e não a nossa. Deixe Deus decidir!

"Assim na terra como no céu.”

Ou seja, que seja realizada em primeira e última instância, a vontade do Pai, não a nossa.
Deus sabe exatamente o que é melhor para nós e, mesmo quando as circunstâncias parecerem mostrar que a nossa vontade é a de Deus, devemos buscá-Lo e colocá-Lo à frente de nossas decisões.
Sua vontade deve ser soberana "assim na terra como no céu". 
Em Salmos, Davi diz: "Do Senhor é a Terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam."
O Senhor disse a Isaías: "O Céu é o meu trono, e a Terra o escabelo dos meus pés; que casa me edificareis vós? E qual seria o lugar do meu descanso?"
Todo o Universo é obra das mãos de Deus, inclusive nós, Suas criaturas. Ele é o mentor de tudo o que existe de mais lindo e complexo na natureza. Como Seus filhos devemos honrá-Lo e obedecê-Lo aqui na Terra, assim como os anjos no Céu Lhe obedecem, por também serem obras de Suas mãos.
Tudo, e absolutamente tudo, devemos colocar sob as mãos potentes de "Jeová" e deixar que Ele domine sobre nós!
A Deus seja a Honra, a Glória e o Louvor para sempre!

Levi de Paula, em 12/04/2015

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